Na fase inicial do movimento De Stijl, se colocou muita ênfase na colaboração entre arquitetura e pintura. As seguintes observações de Van der Leck são características dessa postura: “A pintura moderna chegou agora a um ponto em que pode iniciar sua colaboração com a arquitetura; chegou a este ponto porque seus meios de expressão se purificaram. A descrição do tempo e do espaço por meio da perspectiva foi abandonado; é a própria superfície plana que transmite continuidade espacial. Hoje em dia, a pintura é arquitetônica porque em si mesma e por seus próprios meios está à serviço do mesmo conceito que a arquitetura.”
Esta afirmação resulta confusa em muitos aspectos. Por exemplo, se é certo que a pintura e a arquitetura estão se tornando cada vez mais indistinguíveis, que sentido tem dizer que deveríam iniciar uma calaboração? A colaboração só pode dar-se entre coisas que são diferentes, como o conceito de Gesamtkunstwerk formulado por Richard Wagner.
Durante a década de 1920 abriu-se uma brecha entre os pintores e os arquitetos, refletida na correspondência trocada entre Oud e Mondrian. Nessa correspondência, Mondrian sustentava que a pintura era capaz de antecipar a desejada fusão da arte e da vida precisamente porque se matinha no âmbito da representação e não estava, como a arquitetura, comprometida por sua imersão na realidade. Até que a arquitetura não se liberasse dessa situação, não poería participar no movimento para a unificação da arte e da vida. Para Oud, por sua parte, se a arte devia fundir-se finalmente com a vida, só podería fazê-lo no âmbito da realidades existente; longe de ser contrários à purificação da forma artística, os princípios da utilidade e da função eram inseparáveis dela (nesse aspecto, a postura de Oud era a mesma que a de Le Corbusier). O idealismo extremo de Mondrian e do materialismo estético de Oud eram incapazes de encontrar pontos em comum.
A postura de Van Doesburg difería tanto da de Oud como da de Mondrian; aceitava a resistência idealista de Mondrian ao pragmatismo da arquitetura, mas acreditaqva que a arquitetura - pelo mero fato de existir no espaço tridimensional real e no virtual - tería um papel privilegiado na realização da união da vida e da arte. Esse ideal compartilhado com os futuristas, de um observador não separado do que se observava era já algo imanente à arquitetura e o único que faltava era trazê-lo para fora.
achei interessante o conteudo
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